CAPÍTULO QUATRO – PRECONCEITO E VIOLÊNCIA
Números alarmantes, uma triste realidade.
O dilema da intolerância com as travestis.

Número de mortes confirmadas
O Brasil é o país onde mais se assassinam pessoas trans no mundo, segundo a Organização Transgender Europe, que reuniu dados de janeiro de 2008 a dezembro de 2014. De acordo com o levantamento, 51% dos assassinatos de pessoas trans na América Central e do Sul aconteceram no Brasil – foram 689 mortes contabilizadas no país. A maior parte é de jovens. Entre os casos brasileiros levantados pela organização, chamam a atenção cinco mortes de crianças e adolescentes com menos de 15 anos.

Vítimas
Segundo o Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil, publicado em 2012, o Disque 100 recebeu 3.083 denúncias de violações relacionadas à população LGBT, com 4.851 vítimas. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Direitos Humanos (que depois virou Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos), extinta em 2016, no Governo Temer. Um número bem maior do que no ano anterior, quando foram registradas 1.159 denúncias envolvendo 1.713 vítimas.

Quase uma por dia
Segundo o Grupo Gay da Bahia, 312 LGBTs foram assassinados em 2013, o que significa uma morte a cada 28 horas.

Risco de assassinatos
Proporcionalmente, as travestis e transexuais são as mais vitimizadas: o risco de uma “trans” ser assassinada é 14 vezes maior que o de um gay. São dados também do Grupo Gay da Bahia, o mais antigo na luta contra o preconceito dos LGBTs no Brasil.
Alguns passos
Ainda assim, estamos progredindo na luta pelos direitos humanos das travestis. Mais exposição na mídia, sem estereótipos ou “gozações”, direitos reconhecidos por lei, como a utilização do nome social no RG e a Lei Maria da Penha encaminhando para também ser usada por trans e travestis, um maior acesso à informação, além de grupos de direitos humanos e dos LGBTs empenhados na causa, ajudam a diminuir a intolerância ainda latente na sociedade.